Tu eras também uma pequena folha
que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.
A princípio não te vi: não soube
que ias comigo,
até que as tuas raízes
atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo.
(Pablo Neruda)
que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.
A princípio não te vi: não soube
que ias comigo,
até que as tuas raízes
atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo.
(Pablo Neruda)
(Na imobilidade aparente de uma foto ensaiam os pés o caminho para a vida... ensaiam a curvatura, o deslizar dos primeiros milímetros, a sedução inocente do desejo recheado de amor fresco, hoje amor maduro, caminho que não foge debaixo dos pés... não sabia então conscientemente desse caminho, adivinhava-o na forma das palavras, suspirava-o e queria-o em preces pela noite fora e pela brancura dos dias... sonhava o teu olhar sobre esta foto, hoje sinto-o em calor quando tocas os meus pés pela manhã...)