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A SAUDADE É A NOSSA ALMA DIZENDO PARA ONDE ELA QUER VOLTAR...

domingo, 30 de setembro de 2007

Paraíso



Deixa ficar comigo a madrugada,
para que a luz do Sol me não constranja.
Numa taça de sombra estilhaçada,
deita sumo de lua e de laranja.

Arranja uma pianola, um disco, um posto,
onde eu ouça o estertor de uma gaivota...
Crepite, em derredor, o mar de Agosto...
E o outro cheiro, o teu, à minha volta!

Depois, podes partir. Só te aconselho
que acendas, para tudo ser perfeito,
à cabeceira a luz do teu joelho,
entre os lençóis o lume do teu peito...

Podes partir. De nada mais preciso
para a minha ilusão do Paraíso.


David Mourão Ferreira

Não vou estar.

Se me ligares amanhã, não estou...
Como antes, lembras-te? Em que te ligava para casa e me escapavas por segundos! Amanhã sou eu. É a mim que perdes por segundos. Sem estas coisas de agora, telemóvel, internet... Nada. Vou sair nua de casa!
E tu vais ligar e alguém te vai dizer que saí, mesmo agora, sem aviso, e que me deixei ir sem desligar o comunicador móvel da corrente, que o deixei abandonado a um canto, injuriado e inútil... Nunca precisámos de nada disto para nos encontrarmos; nem para conversar, nem de palavras às vezes.
Lembras-te que nos desencontrávamos sempre, que acabávamos perdidos sozinhos pela cidade, à beira rio muitas vezes, cada um para seu sítio. Mas que eu sabia que estavas à minha procura, e eu à tua; e sentia-te, sentia os teus olhos no meu corpo, sentia as tuas mãos a puxar-me para ti... e tu, que sentias a minha boca na brisa que passava, a minha vontade na chuva...
E de repente, lá estávamos, frente a frente, surpreendentemente sem surpresa, a olhar um para o outro. Eu sorria, tu baixavas os olhos e murmuravas uma música qualquer que eu sentia no sangue sem ter de ouvir... E tu abraçavas-me e eu já não sentia o sopro gélido da madrugada nem o frio do rio.
Amanhã ligas? É a tua vez.
Vou sair nua; à espera de te sentir à minha procura; noutra cidade, noutro tempo; perto de outro rio!
Não te esqueças...
Até já, vêmos-nos na madrugada de amanhã.

sábado, 22 de setembro de 2007

Say goodnight and go


"Skipping beats, Blushing cheeks.

I am... struggling..

Daydreaming,

Bed scenes in... the corner cafe

And then

I'm left in bits recovering tectonic... tremblings

You get me every time.

Why'd ya have to be so cute?

It's impossible to ignore you..

Must you make me laugh so much?

It's bad enough we get along so well..

Say goodnight and go.

Follow you home,

You've got your headphones on

And you're dancing

Got lucky;

Beautiful shot:

You're taking everything off

Watch the curtains wide open

And you're following the same routine;

Flicking through the TV, relaxed and reclining
And you think you're alone..

Oh, why'd ya have to be so cute?

It's impossible to ignore you,
Must you make me laugh so much?

It's bad enough we get along so well..

Say goodnight and go.

One of these days,

You'll miss your train,

And come stay with me...

We'll have drinks, And talk about things and,

Any excuse to stay awake with you...

You'd sleep here,

I'd sleep there,

But then the heating may be down again,

At my convenience...

We'd be good,

We'd be great together...

Go (sigh)

Why'd ya have to be so cute?

It's impossible to ignore you,

Must you make me laugh so much?

It's bad enough we get along so well..

Say goodnight and go.

Why's it always always:goodnight and go?

Oh, Darling not again,Goodnight and... go..."


Imogen Heap
in the Speak for yourself cd