"Estamos ambos a olhar para a mesma lua do mesmo mundo. Estamos ligados à realidade através do mesmo fio. Só preciso de o ir puxando devagarinho para mim."
Sputnick meu amor
Haruki Murakami
Um dia antes deste dia, envolvida em conversa tardia com um amigo com quem revisitava lugares nossos, pensava para mim em surdina que tinha demasiado espaço entre as palavras. Que me sobravam vácuos que não conseguia preencher com respirações suficientes para que tudo fizesse sentido.
Pensava que estava a dormir, mas estava acordada. Perdida num limbo que me permitia estar sem ser.
Pois neste dia novo não quero acordar.
Porque sem estar, fui. Dormia sem saber e o sonho entrou na realidade em que pensava existir e revelou-me com um abraço que afinal estava do outro lado do espelho, na noite imaginada deste dia.
Os vácuos preencheram-se sem que eu tivesse intenções de que se fizessem cumprir promessas ou desejos lançados para o ar em tom de brincadeira.
O inesperado nunca se cumpre se nos sentamos à porta à espera que nos faça uma visita (já devia ter aprendido esta lição), surge quando viramos as costas e pensamos noutras existências.
Às vezes somos mais reais nos nosso sonhos, se eles nos apanham desprevenidos.
O inesperado nunca se cumpre se nos sentamos à porta à espera que nos faça uma visita (já devia ter aprendido esta lição), surge quando viramos as costas e pensamos noutras existências.
Às vezes somos mais reais nos nosso sonhos, se eles nos apanham desprevenidos.
Sem comentários:
Enviar um comentário