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A SAUDADE É A NOSSA ALMA DIZENDO PARA ONDE ELA QUER VOLTAR...

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Pois

Era assim e já não é.
Era tudo tão azul e com o rio pelo meio e com os barcos ao fundo e com a cidade ao longe.
E já não é.
Era só Lobo Antunes massacrado num sussuro de cegueira em Murakami, que se meteu pelo meio sem a isso ser convidado, por isso o que foi deixou de ser.
Era um jantar estranho, regado com vinho doce e batatas amarradas em cara hirsuta e elas estragaram a noite e já não é.
Podia ser uma coisa, até podiam ser duas (lá por isso!), e já não pode ser.
E depois? Shit happens.
Era uma noite fria que pedia agasalho e pantufas e tolices e amêndoas de Páscoa, mas acabaram e deixou-se de ser.
Era assim e depois foi outra coisa e que se lixe, the show must go on, com um coro diferente que saiba ser assim-assim, sem ser aquilo que já não é.
Assim como quem não quer a coisa que pede, mas já pediu, a cena podia ter sido mais dramática, mas nunca foi.
O que foi já lá vai, Badajoz à vista sem contrabandista, morre a mística do que nunca é.
Era assim e depois não é.

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