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A SAUDADE É A NOSSA ALMA DIZENDO PARA ONDE ELA QUER VOLTAR...

sexta-feira, 20 de abril de 2007

quinta-feira, 19 de abril de 2007

A coquette, a freak e a estúpida!!!














Freak! Freak! Freak! Dizias tu, com esse teu ar aprumado de sabichão bem vestido que tão bem te fica; cada vez que ela passava com o casaco de malha a cair por ela abaixo, com aquela imitação rasca de cabelo à "Blondie" e com a sapatilha da moda, gasta em casa para parecer comprada em segunda mão.
Atrás a estúpida, a que não parava de falar, da vida dela, da dos outros, aquela? Lembras-te? Que não parava de lançar opiniões sobre a vida alheia em tom suficientemente alto para que toda a gente ouvísse e pudesse apreciar.
E eu? Perguntei. Também tenho um bocadinho ar de freak e às vezes também sou estúpida...
"- Tu? Tu és uma coquette! Com esses brinquinhos e com essas pulseiras não enganas ninguém..."
Obrigada...

Você não entende nada

"Você tem que saber que eu quero correr mundo
Correr perigo
Eu quero é ir-me embora
Eu quero dar o fora
E quero que você venha comigo"

Caetano Veloso

Eu quero sair amor...
Não, não quero ir sair... quero sair... daqui!
Quero ir correr mundo como diz a canção; percebes?
Quero ver o que está do outro lado do espelho; nos outros sítios onde as pessoas andam de cabeça para baixo, falam línguas estranhas, correm para apanhar autocarros de outra cor e onde as casas têm janelas como portas. Quero perder o medo das alturas nas montanhas dos outros; percebes? Aqui já não consigo.
Sim; aqui não consigo perder o medo das alturas!
Porquê? Porque aqui nada é suficientemente alto.
Aqui andamos sempre a olhar para o chão, com medo de tropeçar e eu quero tropeçar enquanto olho para cima! Aqui não me deixam tropeçar!
Sim, sim... Que raio de conversa! Ouve...
Quero ver a Gioconda a sorrir só para mim; quero ver os teatros do mundo e quero ver cinema num barco no meio do mar, e já que falamos em barco quero passar por cima daquele grande que afundou há muito tempo, aquele do iceberg, sabes qual é?
Sim, esse.
Não te apetece correr o mundo comigo? Não te queres perder no deserto e encontrar camelos a sério, daqueles que têm duas bossas?
No jardim zoológico não é a mesma coisa, não me gozes. Estou a falar a sério!!!
E mais, um dia (depois de já terem passado muitos, não é logo), quero ter saudades da minha língua, da super bock e do meu mar; quero ter saudades do fado enquanto tomo bebidas esquisitas por uma palhinha! Um dia desses até podemos voltar! Se nos apetecer mesmo muito...
Saímos? Vamos?
Então... responde?
Não durmas. Ouve...



terça-feira, 10 de abril de 2007

O estado das coisas

Estava para aqui a pensar na vida... A fumar uns cigarros... A pensar sobre o estado das coisas... A penar com o estado das coisas.
Procurei na net: o estado das coisas; descobri o site de uma banda gaucha, um blog com a vida de uma pessoa, uma notícia do Expresso sobre o estado das coisas e o PS... Fiquei a saber o mesmo!
Falei com uns amigos, sobre o estado das coisas, uns disseram-me:
- Ó mulher! Não te chateies com isso, vais morrer cedo!
Outros:
- Vai pó c*%$»@o! Nem me fales nisso, que me fazes morrer cedo!
Fiquei a saber o mesmo!
Perguntei a uns estrangeiros que encontrei que tal para eles o estado das coisas; saltaram por cima da questão e só queriam falar sobre o preço da cerveja em portugal (é muito barata e tudo o mais, as casas também muito baratas e que pitoresco que é tudo, as ruas todas a subir e descer que estafa e que espanto falam quase todos inglês e tudo, que civilizado este país à beira mar plantado!!!). Nem é preciso, mas repito: fiquei a saber o mesmo!
Aqui decidi abandonar o abrangente e passar para o plano pessoal; pus-me a pensar no estado das minhas coisas!
28 anos; actriz (ó profissão malvada e malfadada neste país à beira mar plantado); com uma casa alugada a quatro (sim, que as casas só são baratas para os estrangeiros); dois empregos; uma companhia de teatro sem dinheiro que alimenta a sua arte com o sangue dos resistentes; um olho pisado, não porque, ainda por cima, leve porrada, mas porque sou tonta e não tenho consciência do espaço (fui sempre em frente sem travar, contra um charriot); uns pais maravilhosos, mas que ainda não percebem porque é que a filha deles não tem um curso "normal" e ainda não lhes deu netos; uns conhecidos que acham uma piadona ter na sua carteira de relações uma pessoa tão "fora" que até faz teatro e "- vê lá se arranjas uns bilhetes de borla para vermos umas coisas giras, mas nada daquelas merdas intelectuais que vocês fazem, uma cena leve, tipo Morangos com Açucar versão porno!"...
E estava eu nisto... A pensar e a penar com o estado das coisas do mundo e com o estado das minhas coisas... Deliciada com a minha miséria e a lambuzar-me de auto-comiseração, quando de repente e do nada (isto não se faz!), um perfeito estranho me oferece um gelado! Um Magnum Colombia Aroma (passo a publicidade, mas experimentem que é bom); e não se iludam, cépticos da humanidade, este pequeno presente não vinha com expectativas coladas, ele (o estranho) não me queria comer, não queria comer uma amiga minha, não queria comer um amigo meu, não queria que lhe fizesse uma sandes, não queria que lhe cortasse as unhas dos pés, não... só me queria oferecer um gelado!
E aqui eu parei!
- Espera!- disse eu a mim própria, que eu gosto de falar comigo, entendo-me melhor asssim - Estás tu para aqui a queixar-te da vida e a penar com a existência e com o estado das coisas e vem este senhor oferecer-te um gelado? Olha lá, moça, que gesto bonito e sem segundas intenções! Tu que estavas aqui prestes a cortar os pulsos virtualmente, és surpreendida por uma coisa destas... Pois não achas que devias pensar um bocadinho e daqui tirar uma lição?
E eu, que por norma acato sempre as minhas sugestões, pus-me novamente a pensar.
E cheguei a uma conclusão: Que se foda o estado das coisas!
Enquanto tivermos estranhos que nos ofereçam gelados, enquanto defendermos as nossas escolhas com orgulho, enquanto tivermos sangue na guelra e força nas pernas e acima de tudo enquanto tivermos à nossa volta pessoas que fazem por nós pequenas coisas, sem segundas intenções; umas porque não nos conhecem e lhes apetece, outras porque gostam de nós assim, como somos, sem mais nada (mesmo quando temos um problema de consciência de espaço e andamos sempre a esbarrar em tudo); o estado das coisas é secundário!
O governo pode ir para o raio que o parta, os subsídios podem ir para o diabo a quatro, os ignorantes podem implodir, o país pode ser vendido aos espanhóis... Mais importante que o estado das coisas é ter pessoas a quem perguntar por ele e ter amigos que nos mandam para o real caralho quando começamos outra vez com a merda da conversa chata e que nos trazem de volta a terra quando já estamos a voar por cima de nós próprios!


P.S.: Pai, mãe, não sei quando, mas prometo pelo menos dar-vos netos.

Adiado

Foda-se... acabaram-se-me as mortalhas...
Eu aqui, frente ao ecrã, armas em riste, ou melhor dedos aquecidos e estalados, preparada para ser profunda e escrever sobre a vida (juro, ía ser profunda), preparada para dissertar sobre a situação da vida, da minha e da dos que me rodeiam, que gosto de ser abrangente.
Preparada não preparadíssima, até estava a ouvir GNR ("Morte ao Sol" que não há melhor música para ser profunda!!!). E sou atraiçoada por mim mesma, pela minha falta de prevenção.
Não consigo escrever, e ainda por cima ser profunda, sem fumar!
Bem, fica pra outro dia.

sábado, 7 de abril de 2007

"I do not regret one professional enemy I have made. Any actor who doesn't dare to make an enemy should get out of the business."
Bette Davis


Maravilhosa!!! Quero ser assim um dia destes, quando for grande... Quando tiver coragem, quando for dia, quando souber agarrar tudo com unhas e dentes, quando puder ir sem medo, quando for momento, quando perder tudo, quando ganhar ao jogo, quando encontrar um Fellini perdido nas ruas do mundo, quando me encontrar nas ruas do mundo, quando for grande... quero rir-me assim!

Apeteceu-me...

Pois... É verdade... Apeteceu-me... Deu-me as ganas... Se os outros têm também quero!
Agora, mais ao menos, a sério. Não sou pessoa de grande paciência "internetico-cibernaútica", mas a ver se aguento este blog.
Ainda não sei o que vai sair daqui; textos inspirados, opiniões parvas, opiniões profundas (esta tenho as minhas dúvidas, mas, a ver pelo pelo caminho), poesias, delírios, pequenos prazeres, grandes prazeres (e como gostamos destes), de um tudo ou se calhar nada de jeito... Quem me conhece logo me há-de perdoar o que possa sair, quem não conhece... bem aguentem-se ou não apareçam por cá!

Para introdução já me basta. Até já!