quarta-feira, 31 de outubro de 2007
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
É aquela merda...*
Lília: É o que eu te digo, daqui a uns anos, ainda vamos ser mais felizes e nos vamos rir desta (daquela) merda toda!
Sílvia: Vai ser uma barrigada de riso - bufa!!! - Já nos estou a ver, solteiras, tias dos filhos dos Malícias da vida e ainda a discutir quem amou primeiro, o ovo ou a galinha!!!
Lília: É pá, espera lá, deixa-me só fazer aqui um parênteses (leva chapéu de avô) ah... outro!... eu ouvi por acaso uma palhinha e fazer amor com o fundo de um copo??? Foi isso??!! É que nem parece nosso. A imagem de marca da(s) nossa(s) noite(s)! O que uma "aquela merda" foi buscar e eis que... ai um beijo...era nisto que já tinhas por algum acaso pensado nesta noite, nesta vida.
Aí chegaram elas, as que não nos deixam, que nos amam, é mútuo...e tráz pacotinho de açucar e tudo...
Sílvia: Bem haja... algum açucar, algum azedo, alguma coisa... era só isso que a gente queria; a mistura agri-doce! Mas sim... F*ª@-se! venha mais uma, um... o que a gente pedir, não o que a gente leva. Quero exigir e ter, sem esperar, sem ter de pedinchar de joelhos... Bem haja o que não exige e dá, bem haja o que quer e tem, ai também vou fazer um (esta tá forte como o raio!!!). Amén! (ver a foto das virgens na regaleira...)
Lília: (em vários parênteses...) (mete-lhe açucar...) (mais ó raio dos brazucas aqui atrás. Diz esta que pegou quinze à noite, ainda dizem que está mal.) Vá lá, continua lá, vááááá... SIM TOU E ENTÃO?
Sílvia: Pois estás e muito... Não podes pegar no carro assim... LOL XD!!!! AI.... também tou!!!
Lembrete: Fazer caras para o XD.
Sílvia: Deixas-me falar grande caralho! Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii.... Faz-me um cigarro antes que te dê outra murraça na mama! A gente começou bem, mas tá a descambar... Onde é que tá o ovo? Onde tá "aquela merda"? Ai, desculpa, não está, nós é que estamos nela. Temos o quê? Fazes-me a merda do cigarro com a tua Sílvia? ...da-se que não se pode contigo, a tua sorte é que gosto do teu mau-feitio... Homem? Tás parva???? Alguém nos pega... Com este mau-feitio abençoado que temos as duas; ainda por cima juntas, é a dobrar! (Ai os brazucas... Já me estão a chatear, agora tão a falar da mãe e a gente a tentar ser criativa!!!)
(Lília não quer escrever, tá a tirar fotos.)
Sílvia: Anda lá, tanto chateaste agora escreve...
Lília: Aí filha (é mesmo assim)... eu ja não tenho nada para escrever... deixo cá o carro, né isso? olha a ti só te desejo menos de quatro anos... pronto...vá...
(LÍLIA TECLANDO NA MESA)
Lília: Diz-me a outra: ai f***-se, não está acontecer nada! Digo eu: aaaaaiiiiiiiii, que tenho de ir levantar dinheiro!
Sílvia: Então, vai lá, vamos acabar o cigarro... Ai, que tenho de arranjar isto tudo... ai jesus, ai meu deus...
Rui: foi? Então...!
(Ai, que alguém se meteu na conversa) x2
Sílvia: Onde é que tá o vezes?
Lília: Até pareces eu... Vou mijar. Então e não fazemos referência ao meu cabelo pintado só no alto da pinha - não te rias - pronto ja tá a referência feita. (a brazuca teve cólicas e a minha palhinha tá entupida... puta de vida!) e pronto estamos imortalizadas, nisto, através desta noite, dorme bem e nao me sujes a almofada... e assim me vou, acabar a minha e comer qualquer coisita, assim me vou igual como vim.
Sílvia e Lília: E temos dito.
Brazuca: E a cervejita gostosa no fundo da barriga.
(Toda a gente se mete nesta conversa, é aquela merda...)**
*texto escrito a muitas mãos
**mas sempre com um sorriso
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
Em desfocado...
... à procura!
Um dia havemos de encontrar amiga.
Um dia, a calcorrear uma das nossas ruas, no bairro (com direito a cambalhota), em Évora (com a caipirinha), no Porto (com nevoeiro), na Nova Zelândia (com os sonhos)... vamos encontrar o que os olhos querem ver e o que a alma pede.
Quero-te ver feliz!!!
Beijos mau feitio
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
Quero levar-me demasiado a sério...
Até hoje, sempre prezei muito o facto de não me levar demasiado a sério; era uma questão de orgulho não o fazer; mais, uma questão de sanidade; quando não nos levamos assim tão a sério ao ponto de começar a achar que podemos acabar com a fome no mundo ou que conseguimos criar um novo sistema político-social mais válido (um que não inclua nem uma segurança social pouco segura, que come a cabeça ao pobre, nem recibos verdes) somos capazes de perceber melhor o nosso lugar no mundo, sabemos o nosso tamanho e se calhar até acabamos, de facto, a fazer coisas válidas, porque o nosso foco de atenção não está em sermos sérios, mas em levar o que se passa à nossa volta a sério.
Saber rir de nós próprios também ajuda (quem se leva demasiado a sério por norma não se sabe rir, não tem ponta de sentido de humor... Abençoados!). Rir é terapêutico e ajuda a ultrapassar muitas das paranóias inerentes à qualidade de ser humano. Por exemplo, sempre apreciei, na minha pessoa e nas outras, a capacidade de rir se escorregamos na lama e acabamos estatelados numa poça de água em público, ou se por acidente espirramos violentamente para cima daquela pessoa que ainda há 10 minutos estávamos a tentar seduzir com o nosso olhar 44, aquele que se ensaia à frente do espelho e que envolve pestanejar de forma sexy, e estamos a falar da pessoa que já vizualizávamos como o pai dos nossos filhos, não de um mafarrico qualquer. Obviamente a ideia é que desta forma o resto do mundo se ria connosco e não de nós!
Mas hoje mudei de opinião.(Se bem que ideia já andava a germinar à um tempo, não foi assim tão súbita a mudança.)
E mudei de opinião porque comecei a perceber que o mundo adora pessoas que se levam a sério... O mundo adora ouvir a opinião e beber as palavras de quem se leva a sério... Adora a seriedade demagógica, o egocentrismo e o egoísmo de quem se leva demasiado a sério... Adora odiar quem se leva demasiado a sério!
Basta olhar à volta para constatar esta realidade; se ligarmos a televisão vemos lá uma data de pessoas a dar a sua opinião inútil, em programas inúteis, de forma séria, televisão que, no entanto, toda a gente continua a ver; se vamos a um posto médico porque se nos inflama um ovário, por exemplo, e esperamos 4 horas para ser atendidos, acabamos por encontrar um/a senhor/a doutor/a que se leva demasiado a sério, mas que não nos leva nem a nós nem às nossas maleitas a sério, e que com sorte ainda nos bufa por termos lá ido interromper um qualquer momento de seriedade que estivesse a ter consigo próprio, no entanto o estatuto de doutor ainda intimida muita gente o que faz com que nunca nos queixemos de ser tratados como gado nas mãos destas pessoas tão sérias.
Aliás quantos de nós não convivem, na intimidade do nosso círculo de amigos e conhecidos, com uma ou outra pessoa que se leva demasiado a sério; daquelas (lá está!) que nunca se riem das piadas, e que ficam ofendidos com quem as faz; e que expressam sempre posições muito fortes e importantes sobre: o estado do mundo, da arte, da economia, da comida, do preço das corridas de táxi, etc., etc., etc. Que são tão sérios, tão sérios que nos irritam ao ponto do frémito de vómito, primeiro porque passam mais tempo a pensar na seriedade com que têm de expor todas as suas opiniões do que a tentar mudar alguma coisa, segundo porque ninguém atura sempre gente que está constantemente zangada com o mundo (as pessoas que se levam demasiado a sério são, por norma, umas grandes furiosas dramáticas, com grandes raivas interiores!), mas a verdade é que continuamos a partilhar a vida com algumas pessoas destas e a levá-las a sério! Quanto mais não seja mantêmo-las por perto para nos lembrarem de porque é que não somos tão sérios e chatos quanto eles e depois porque é sempre um prazer revirar os olhos enquanto os ouvimos.
Mas a verdade é que estas pessoas causam impacto!!! Nunca se fica indiferente a quem se leva demasiado a sério, e quer queiramos quer não acabamos a dar-lhes atenção (algumas vezes sob coacção física, que esta gente é perigosa e sabe fazê-la bem!).
Foi por causa de tudo isto que mudei de opinião... Quero ser ouvida, quero ser irritante, quero que vão para casa a falar de mim, bem ou mal, não importa! E acima de tudo ter essa sensação magnífica de que o mundo gira à minha volta ao mesmo tempo que está contra mim.
Está decidido! Mal acabe de escrever isto vou tornar-me uma pessoa que se leva demasiado a sério... E depois, obviamente, vou escrever outro texto, mais sério, em que discutirei uma qualquer parvoíce ainda maior do que esta, mas com muita seriedade intelectual e com algumas nuances emocionais que podem variar entre a melancolia séria e a zanga interior, também ela séria.
Espero irritar-vos bastante...
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
Sobre o sabor das cerejas...
Mordi-te porque quando te beijei o ombro me lembrei do sabor das cerejas!
A sensação da tua pele na minha boca trouxe-me de volta a memória de um dia de chuva, há muito tempo atrás, quando ainda não conhecia o teu sabor, só o das cerejas... Um tempo em que não sabia sequer que alguém pudesse saber assim, especificamente a cerejas num dia de chuva.
É tão raro comê-las em dias assim!
Foi num daqueles junhos nortenhos em que o céu está carregado de nuvens, em que no ar sentes uma estranha electricidade, que arrepia os cabelos da nuca; e que, se fechares os olhos e ouvires com muita atenção, consegues sentir na pele os múrmurios de vozes longínquas arrastadas pelo vento, carregadas de desejos... Eu não saí nesse dia, recusei um convite de cinema para ver uma qualquer película americana destinada a adolescentes apaixonados e preferi ficar sozinha à espera da chuva que me era prometida.
E ela chegou, com um trovão de aviso, primeiro em bátegas fortes e carregadas, como uma amante furiosa que bate nos vidros e exige entrar, suave depois, transformando a sua voz no lamento de quem foi deixado à sua sorte sem amor.
Quando a chuva serenou abri a janela e deixei-me ali ficar, nem sei por quanto tempo, com a água a bater-me na cara; a reconhecer o cheiro da terra molhada e a comer cerejas maduras; a experimentar, como se fosse a primeira vez: a textura da cor vermelha nos meus dentes, na minha língua; o quente do fruto, o frio da água e o cheiro cru da terra.
E este é o sabor da tua pele na minha boca, por isso não resisti a morder-te o ombro depois do beijo. Precisava de ter a certeza, de saber da tua cor nos meus dentes, da tua textura; para guardar, sem equívocos, o teu paladar e cheiro nas minhas memórias e para me relembrar do sabor das cerejas num dia de chuva.
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